segunda-feira, 15 de abril de 2013

Um dia ela acordou e não sabia mais onde estava. Aquele quarto escuro, com enormes janelas sem luz e o chão frio traziam alguma memória, mas por mais que ela tentasse, tudo parecia muito longe de tudo que já tinha visto.
No outro dia, ela acordou perdida novamente. Parecia estar em outro cômodo da casa, com outra idade e outro rosto. Mas aquela sensação de estar sendo observada era a mesma. O mesmo sentimento de euforia e excitação que tomava conta dela tantas outras vezes, quando as noites não tinham fim, e faziam com que ela agisse como sempre quis: sem medo algum.
A cada dia, uma nova descoberta. A cada manhã, um novo lugar, uma nova pessoa e uma nova descoberta. Só então ela percebeu que já conhecia tudo aquilo. Aqueles cheiros, gostos, sentidos, eram todos muito familiares. Foi então que ela percebeu... que sentia falta de si mesma. Tinha se perdido no meio de tantos desejos não realizados, que esqueceu de si. Lembrou tanto de tudo, que se perdeu.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Paciência

Paciência.
Nunca fui adepta dessa palavra. Esperar não faz parte do meu vocabulário.
Minha vida, meu amor, minha raiva, minha felicidade e minha mágoa vivem o hoje. Não esperam para aflorar amanhã, nesse dia, nada faz mais sentido, já é passado embrulhado em peixe de feira.

Quem espera padece e vive a vontade do que os outros criam e realizam. Cansei de expectativas alheias e desejos de terceiros. Eu quero, eu desejo.

“…Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nadae mesmo assim me sentircomo se estivesse plena de tudo.”Clarice Lispector