Tenho andado pelo mundo sem notar quantas arestas eu aparei nesses meus sentimentos todos que me fazem ser.
Sou eu, mais eu do que antes. Sou eu desde o começo.
Caminhando intacta por todos os nós e os laços. Desatando a chorar, porque lágrimas não se emendam (nem as de dor, nem as de alegria)
Hoje olhando o incerto, o inseguro, o começo confuso de tudo, não preciso de um fim.
Nem tudo cresce das finalidades. Nem dos finais. Agora eu sei que os finais nada mais foram que vírgulas e reticencias. Tudo assim como eu.
Não há nada que me faça desviar ou corromper além das minhas vontades todas de ser.
Se eu canto o “larara” das músicas, se eu mexo as mãos no ar (desvairadas), se existe algo no que eu não creia, nada disso vai além da minha fé extrema e certa.
Já fui, já voltei. E de lá eu me vi tão par à mim mesma tantas vezes. É som, é dor, é a paixão que me rege, sem regras banais.
Se há guerra em mim, luto. Se há paz, alimento. Se há amor, ele é tudo.
Tudo em mim é o que me trouxe até aqui, nada menos.
E vou além dos nós na garganta e os arrepios na pele já calejada por andar descalça e despida pela estrada.
É tanto amor pra me dar a direção.
É tanta gente a me esperar em qualquer lugar.
É a vida.
(Bic Muller)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
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